Avizinha-se a eleição presidencial e serão pouco mais de seis meses de guerra absoluta onde vale tudo. Vale até mesmo destruir o patrimônio público e a imagem do país e de suas instituições para o mundo. Entrincheirado o governo se defende dos ataques oposicionistas.
Até a véspera da eleição o que veremos serão denúncias, quase que diariamente, sendo postadas na mídia por oposicionistas e governistas. Pasmem; muitas vezes dentro das próprias frentes oposicionista e governista. Afinal de contas há muita gente na base aliada querendo Lula ao invés de Dilma e muita gente na oposição querendo Serra ao invés de Aécio.
O ambiente de guerra declarada não está somente dentro das frentes partidárias, mas, também, dentro das instituições públicas. Pior é que em algumas dessas instituições por conta da tal partidarização, a tônica é a formação e armazenamento de dossiês para uso no momento político certo e não para punir corruptos. Na realidade, no Brasil, salvo raríssimas exceções, ninguém quer punir corrupto algum e sim descobrir a atitude corrupta para tê-la como arma contra o outro lado. É nesse sentindo que estão sendo travadas as batalhas nos campos da PETROBRÁS, da COPA DO MUNDO e do MAIS MÉDICOS.
Alguém de sã consciência acha que somente agora se descobriu o caso da compra da refinaria do magnata belga? Paciência. Só pessoas muito ingênuas acreditam nisto. Alguém acreditava que em um país onde preponderam as mais diversas técnicas visando postergar obras – com o uso de inúmeras estratégias até que a única saída seja fazê-las por dispensa de licitação ou sem projeto inicial - as obras da copa ficariam prontas a tempo? Alguém não sabia que havia cerca de 100 profissionais sendo formados em Medicina (81 filhos de agricultores brasileiros ligados ao MST) e que uma hora o país tinha que ter instrumentos para contratá-los e, ainda, que não bastam médicos para resolver o problema de saúde da população pobre? Por quê não agem ao longo do percurso das coisas? Por que só recentemente estas coisas têm vindo à tona, com tanta ênfase, na Câmara dos Deputados, no Senado Federal e na imprensa nacional? Êta pessoalzinho de faísca atrasada.
O fato é que para grande parte dos oposicionistas a PETROBRÁS (inclua-e o PRÉ-SAL), a COPA DO MUNDO e o MAIS MÉDICO poderão ser as principais trincheiras do governo na guerra política visando à reeleição.
Dentre as três trincheiras a serem ultrapassadas, a principal parece ser a PETROBRÁS. Por quê? Porque ela, incluindo-se o PRÉ-SAL, tem sido a principal plataforma do governo atual nas últimas eleições. O pior é que quem está preparando o explosivo acredita que pode destruir a trincheira de modo a deixá-la, no caso de vitória, ainda em condições de protegê-lo no futuro. Aí é que mora o perigo, pois o buraco da bomba pode ser tão grande que poderá transformá-la em terra arrasada de pouco valor e sem capacidade de “proteger” a nada e a mais ninguém.  Só que na cabecinha de nossos políticos guerra é guerra e vale tudo. Por isto, é bom que fiquemos bem espertos, pois em guerra de guerrilha nas cabecinhas malucas poderá vir a caber até sabotagem. Sabotar uma plataforma de petróleo, para denegrir de vez a imagem da empresa, e propalar depois que a plataforma estourou por conta da pressão de exploração exercida sobre a mesma não é uma hipótese descartável. Afinal de contas já é voz corrente na mídia de que a PETROBRÁS está superexplorando os seus campos em busca de caixa. Em guerra dessa natureza isto basta para justificar um ato maluco.
A copa do mundo é outro ponto. Situação torcendo pela vitória do Brasil e oposição torcendo pela derrota ou até mesmo pela impossibilidade de realização da mesma. Ainda acham que o êxito da seleção influencia diretamente no resultado das urnas. Neste caso os interessados na copa do mundo, desde já devem ficar de prontidão em relação às arenas da copa, pois não é improvável um que algum grupo tente causar um problema relevante em alguma delas, de modo a impossibilitar o uso da mesma durante a copa. E isto, estrategicamente, só terá valor se for feito bem próximo da copa quando não houver tempo para reação. Aí será o caos.
Quanto ao MAIS MÉDICOS os dossiês com possíveis erros médicos já devem estar sendo providenciados e durante as eleições é provável que vejamos algumas cenas exibidas no sentido de denegrir o programa e a capacidade dos médicos contratados por ele. Como se não existissem diariamente erros médicos cometidos pelos médicos que atuam no sistema convencional.
Estejamos todos atentos então, e oremos para que o estilo de guerra mude e possamos ver a utilização de outras armas como apresentação de programas, tanto por parte do governo quanto da oposição, mostrando ao povo como melhorar, de verdade, o ensino, a educação, a saúde e a segurança em nosso país. Debates de alto nível. Quanto à corrupção que seja combatida em todos os níveis e punida com rigor diferentemente do que ocorre que é levantamento de dossiês para uso político, prisão e relaxamento da mesma, arquitetada politicamente ou pelas desatualizadas leis do país. Isto, sempre quase que  imediatamente após haver sido atingido o objetivo político dos denunciantes.
Autoria de Moacir José Sales Medrado