A Mulher Florestal
Moacir José Sales Medrado[1]
Março chega com seu sopro de renovação, trazendo consigo a celebração da mulher. Neste ano, voltamos nosso olhar para aquelas que, como árvores firmes, sustentam a vida e protegem o amanhã: as mulheres florestais. Elas são guardiãs da natureza, tecelãs de um futuro onde humanidade e floresta coexistem em harmonia.
A mulher florestal é, antes de tudo, uma defensora da vida. Seja como pesquisadora, engenheira florestal, liderança comunitária ou ativista, ela assume a missão de preservar ecossistemas que respiram por todos nós. Seu compromisso vai além da proteção das árvores: ela cuida das águas, dos solos, da biodiversidade e das comunidades que dependem desses recursos. Para ela, a floresta não é um simples conjunto de troncos e folhas, mas um organismo vivo, repleto de histórias, saberes e promessas para o futuro.
Num tempo em que as mudanças climáticas e a degradação ambiental ameaçam a Terra, a presença e a liderança das mulheres florestais tornam-se ainda mais essenciais. Estudos mostram que onde elas têm voz ativa na gestão dos recursos naturais, a conservação se fortalece e os resultados são mais sustentáveis. Isso porque a mulher florestal carrega uma visão holística, tecida pelo cuidado, pela resiliência e pelo olhar de longo prazo. Ela não pensa apenas no hoje, mas nas gerações que ainda virão.
Além de guardiã, ela é uma agente de transformação social. Em muitas comunidades, é a ponte entre o conhecimento ancestral e a inovação científica, promovendo práticas sustentáveis que equilibram preservação e desenvolvimento. Ela ensina, mobiliza e inspira, provando que é possível prosperar sem destruir. E, ao fazer isso, desafia estereótipos, rompe barreiras e abre caminhos para que outras mulheres ocupem espaços de liderança.
Celebrar a mulher florestal é reconhecer que o futuro da humanidade está entrelaçado à saúde das florestas e à sabedoria de quem as protege. São elas as raízes que sustentam não apenas árvores, mas esperanças, sonhos e possibilidades. Valorizar suas vozes e garantir que suas sementes de mudança floresçam é um compromisso com um mundo mais justo, sustentável e cheio de vida.
Que elas sigam firmes, sustentando o presente e cultivando o futuro.
[1] Engenheiro – Agrônomo (UFCE), Especialista em Planejamento Agícola (SUDAM / SEPLAN – Ministério da Agricultura), Pesquisador Sênior em Sistemas Agroflorestais (EMBRAPA – aposentado), Doutor em Agronomia (ESALQ / USP)