ESTRELA - GUIA
Moacir José Sales Medrado[1]
Partistes na névoa do não ver.
Teu semblante, nem em sonho vi.
Só restou saudade, em meu viver,
de um amor que nunca viví
Na estrela cadente, eu te via.
Ao fim da queda eu a buscava.
Por mais que buscasse ela sumia.
Fim de um sonho que eu ansiava.
Te via nos rostos maduros na rua.
Um fugaz clarão a se apagar.
Te buscava no mar, no céu, na lua.
Na esperança de te abraçar.
Vigilante, persigo teu vislumbre
entre constelações distantes.
Em sonhos, és como um lumbre;
irreal, improvável, instigante.
És estrela-guia, de perpétuo fulgor,
És presente em meu viver.
A cada passo errado, a cada dor,
és a luz de um novo amanhecer.
[1] Engenheiro Agrônomo; letrista. Esta letra foi feita em lembrança de meu pai a quem nunca vi.