BOFETADA
Moacir José Sales Medrado
A violência é histórica, sistêmica e estrutural.
Está presente ao se tratar de qualquer tema.
O que importa é mostrar, que na essência,
é a única forma para resolver problema.
A bofetada é marca clássica da violência
e para muitos é justificável.
Por vezes tem substituído a paciência.
Como expressão do poder é implacável.
Bofetada nos pobres;
Bofetada nas mulheres;
Bofetada nas crianças;
Bofetada nos animais.
Bofetadas habituais.
Bofetada é como beijo durante o carnaval,
bate-se no sábado e na quarta se esquece.
Assume-se que quem levou merece.
Apesar de não haver justificativa, para tal,
tem virado coisa natural.
Bofetada é bala de uma guerra silenciosa,
entre poderosos e impotentes.
Disparada pelo gatilho da prepotência,
desnudando a fragilidade de uma força mentirosa.
Quando na cara de homem digno; é demais!
Escancara ao mundo a perversidade humana.
Soa como um ruído que perturba a paz.
Representa a covardia que do poder e da força emana.
Gritemos contra a violência, representada pela bofetada,
tão usada em um mundo em que a justiça é sempre suspeitosa,
onde a paz que se busca é sempre ilusória e enganosa,
Transformemos o grito em verso, numa poesia corajosa.