Embora dentro da igreja
Predominasse a oração
O trem descarrilhava adoidado
Já no próximo quarteirão.
Rapazes de vida agitada.
Puxavam um belo “fininho”,
E ao misturar com “bolinhas”
Vendiam a luz do sol,
Compravam o gelo do céu.
Um deles deitou numa rede
E cortou as próprias veias
Sangue pingando no chão
Como salpicos de coração.
Dos lábios esta frase saia
“Me deixe quieto amigo
Por mais que isto te doa
Estou apenas querendo
Sair dessa numa boa.”
Vi dois amigos em brutais porradas
O “careta” tentando ao outro mostrar
Que o vício com suas garras,
Lhe roubou a força de lutar.
Vi outro se suicidando
por não puder liberar
Sua homossexualidade
E o grande peso segurar.
Por vezes os vi tentarem
Ajustar suas estradas
Mas nem amigos nem família
Fez o rumo deles mudar
Por isso lhe digo amigo:
Fuja do vício cruel.
Pois ele escurece o dia
E te afoga em fel.
Quanto ao seu corpo e desejo,
Não dobre a sua verdade.
A vida é breve amigo.
Assuma-a e viva em liberdade.
Por isso lhe digo, amiga:
Fuja do vício cruel.
Pois ele escurece o dia
E te afoga em fel.
Quanto ao seu corpo e desejo,
Não dobre a sua verdade.
A vida é breve amiga.
Assuma-a e viva em liberdade.