BIOECONOMIA NA AMAZÔNIA: DIRETRIZES PARA DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO SUSTENTÁVEL
BIOECONOMIA NA AMAZÔNIA: DIRETRIZES PARA DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO SUSTENTÁVEL
1. CONTEXTO E OPORTUNIDADE ÚNICA
Dados Relevantes:
• A Amazônia abriga 20% da biodiversidade global, com apenas 0,5% comercializada (CNI, 2023).
• Potencial de gerar R$ 50 bilhões/ano em bioeconomia até 2030 (BNDES, 2022).
• 84% dos consumidores globais dispõem-se a pagar 15% a mais por produtos bioeconômicos certificados (Nielsen, 2023).
2. EIXOS ESTRATÉGICOS PARA A BIOECONOMIA
2.1 Cadeias Prioritárias por Região
BIOMA AMAZÔNIA AMAZÔNIA LEGAL (Cerrado/Transição)
- Cadeias florestais não madeireiras
(açaí, castanha, cacau nativo) -Sistemas agroflorestais comerciais (pupunha, guaraná)
-Bioprospecção (princípios ativos -Bioinsumos (fertilizantes orgânicos, biodefensivos)
para fármacos e cosméticos)
- Turismo científico-ecológico -Energias renováveis (biogás de resíduos agrícolas)
2.2 Modelos de Negócio
• Comunidades Tradicionais:
Cooperativas de beneficiamento (ex.: polpas de frutas com blockchain).
Contratos de acesso a recursos genéticos (Protocolo de Nagoya).
• Médios Produtores:
SAFs comerciais (castanha + cupuaçu + madeira nobre).
Biofábricas regionais (óleos essenciais, fibras naturais).
3. PILARES DE IMPLEMENTAÇÃO
3.1 Ciência & Tecnologia (Papel da EMBRAPA)
• Bioativos:
Mapeamento genético de 50 espécies prioritárias (ex.: unha-de-gato, andiroba).
Bancos de germoplasma comunitários.
• Tecnologias Sociais:
Secadores solares para frutas.
Sistemas de extração de óleos sem solventes químicos.
3.2 Marco Legal e Financiamento
• Instrumentos:
Lei da Bioeconomia (em discussão no Congresso).
Fundo Amazônia Socioambiental (recursos de créditos de carbono).
• Linhas de Crédito:
Pronaf Bioeconomia (juros de 2,5% aa).
BNDES Floresta (até R$ 5 milhões por projeto).
3.3 Infraestrutura Crítica
• Polos de Processamento:
15 unidades regionais de beneficiamento (parceria EMBRAPA/Setor privado).
• Logística:
Hidrovias para escoamento (ex.: Rio Tapajós).
Armazéns verdes certificados.
4. MECANISMOS DE GOVERNANÇA
4.1 Certificação e Rastreabilidade
• Selo "BioAmazônia":
Critérios:
Zero desmatamento.
Repartição de benefícios com comunidades.
Pegada de carbono negativa.
• Plataforma digital com QR Code para rastreio.
4.2 Monitoramento
• Indicadores-Chave:
Número de patentes registradas/ano.
Hectares sob manejo sustentável.
Renda média em comunidades participantes.
5. CASOS DEMONSTRATIVOS
LOCAL INICIATIVA RESULTADOS
Resex Chico Mendes (AC) Cadeia da borracha sustentável R$ 12 milhões/ano em receita
Santarém (PA) Polo de bioprospecção de óleos 3 patentes internacionais depositadas
6. RECOMENDAÇÕES PARA A EMBRAPA
6.1. Criar uma Rede de Inovação em Bioeconomia:
• 5 laboratórios regionais especializados.
• Programa de startups "BioAmazônia 4.0".
6.2. Priorizar Pesquisas em:
• Valor agregado de produtos da sociobiodiversidade.
• Sistemas agroflorestais biodiversos para pequenas áreas.
6.3. Estabelecer Parcerias Estratégicas:
• Empresas de cosméticos (Natura, Boticário).
• Institutos de pesquisa globais (Max Planck, Kew Gardens).
7. CRONOGRAMA E METAS
• Fase 1 (2024-2026):
Mapear 100% das cadeias prioritárias.
Implantar 3 polos tecnológicos.
• Fase 2 (2027-2030):
Bioeconomia como 25% do PIB da região Norte.
Trabalhos em continuidade à aceitação da pré-proposta
Mapa de cadeias produtivas por microrregião.
Modelo de contrato de repartição de benefícios.
Estudos de viabilidade econômica para 12 produtos.
Documento alinhado com:
• Plano Nacional de Bioeconomia (MCTI).
• Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ONU).
• Tratado Internacional sobre Recursos Genéticos (FAO).
MOACIR MEDRADO
Enviado por MOACIR MEDRADO em 06/05/2025
Alterado em 06/05/2025