Aqui onde vemos varrida a floresta,
A esperança é a única coisa que resta.
Do pó da estrada, da dor do corte,
O verde só retorna com trabalho, fé e sorte.
[Verso 1]
Chão que foi floresta, pasto e erosão,
Agora degradado pede um novo coração.
Ao ver a chuva cair e o sol brilhar,
A floresta tem vontade de voltar.
[Verso 2]
Nessa terra onde o machado já cantou,
O homem, com o fogo, a sombra tirou,
Hoje se obriga com a enxada na mão,
A plantar vida onde só restou o chão.
[Refrão 1]
Uóôôô
É cicatriz verde, sarando o sertão,
Renasce o caule e a folha, renasce o chão.
A cada broto nascido, um pedido de perdão.
O homem chora e para a natureza estende a mão.
[Verso 3]
Tem ipê, tem jatobá e araçá,
Bicho voltando, água a jorrar.
Com floresta voltando e respeito no agir,
A lição é clara: deixar a vida florir.
[Verso 4]
É solo vivo, é saber manter, cuidar,
É a paciência entre plantar e esperar.
É entender que floresta é sistema,
E que o equilíbrio resolve o problema.
[Refrão 2]
É cicatriz verde, na palma da mão,
Memória do erro, lição do chão.
Se ontem foi corte, hoje é renascer,
O futuro é verde pra quem quiser ver.
[Ponte]
No chão cansado, mas sem desistir,
A natureza sussurra: “eu ainda existo aqui”.
Com cuidado, ela volta a sorrir,
Num abraço verde a nos redimir.
[Refrão Final]
É cicatriz verde, sarando o sertão,
Renasce a vida, renasce o chão.
Com nossas mãos, com o coração,
A floresta volta — canção por canção.