MOACIR MEDRADO - MOGA
Um pouco do que tenho sido além do físico
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ÁGUA QUE CHORA

 

Uóôôô

De debaixo da pedra uma fonte borbulhante,

Corria livre na terra; como um fio brilhante.

Cantava baixinho regando o chão,

Matava a sede dos bichos e de nosso irmão.

 

Mas a terra mal cuidada

Cortou sua via, sua estrada.

O fio de água que era sorriso e clareza,

Hoje é silêncio, poeira e tristeza.

 

Uóôôô!

É a fonte chorando próximo da mata,

Gritando baixinho perdendo a cor prata.

Se o fio de água da fonte se cala; é uma pena,

Pois o céu entristece e a vida se apequena.

 

É a água que sofre, buscando viver,

Pedindo socorro, tentando não morrer.

Cuidar da nascente é missão primeira,

É guardar a esperança da vida inteira.

 

Ela vem do seio de terras encobertas,

Mas morre se nossas ações não são certas

Se a gente não a protege, não a cuida,

A vida da fonte encurta; não se iluda.

 

Um pouco de engenharia e árvores ao redor,

Um gesto certo, alguém que dela tenha dó.

A fonte responde com força e cantiga,

A vida retorna, e a mata a abriga.

 

Uóôôô!

É a fonte chorando próximo da mata,

Gritando baixinho perdendo a cor prata.

Se o fio de água da fonte se cala; é uma pena,

Pois o céu entristece e a vida se apequena.

 

Mas se a gente escuta seu som chorado,

E age com amor, tornando o local restaurado

A água renasce, bordando o caminho,

E canta de novo, de mansinho, de mansinho...

MOACIR MEDRADO
Enviado por MOACIR MEDRADO em 05/06/2025
Alterado em 05/06/2025
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